Paróquia São Luís Gonzaga lança a Campanha da Fraternidade 2022

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A Paróquia São Luís Gonzaga lançou na manhã desta terça-feira, 1º de março, a Campanha da Fraternidade para o ano de 2022, que reflete sobre a Educação, com o tema \"Fraternidade e Educação\" e lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26). O encontro reuniu profissionais da imprensa e contou com a presença da secretária de Educação de Brusque, professora Eliani Aparecida Busnardo Buemo, e do assessor jurídico do Centro Universitário de Brusque, professor Ronaldo Uller. 

O pároco, padre Diomar Romaniv, iniciou a coletiva explicando os objetivos da Campanha da Fraternidade deste ano, que inicia na quarta-feira, juntamente com a Quaresma – tempo litúrgico da Igreja que antecede a Páscoa. Ele ainda destacou como a paróquia vai refletir, ao longo do ano, o tema da CF 2022,  proposto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

\"A educação é sempre um desafio e a Igreja faz parte deste processo, não só pelas entidades de educação que tem, mas também com todo o trabalho que faz junto às famílias. Nesse contexto, a Igreja olhou também para a realidade atual, com a Covid-19 e todos os desafios que foram lançados por causa deste contexto, e propôs uma reflexão continuada na Quaresma e durante este ano sobre o tema da Educação\", explica o religioso.

Segundo ele, o tema: \"Fala com Sabedoria, Ensina com Amor\" vai além da Campanha da Fraternidade, sendo também uma proposta para cada pai e mãe, para cada pessoa que tem sua responsabilidade de educar e formar a sociedade. Por isso, a Paróquia se prepara para abordar, ao longo do ano, esta reflexão a partir do contexto local. 

\"Já iniciamos em nossa Revista Paroquial (Revista A Palavra) toda uma apresentação do tema e ao longo do ano queremos desenvolver vários testemunhos, aprofundamentos desta temática. Fizemos na semana passada uma formação paroquial com o padre Adilson Colombi, que foi um grande educador. Queremos estar mais próximos de outras entidades que trabalham na educação. Enfim, conhecer um pouco desta realidade, pois há muita coisa bonita que acontece no desenvolvimento da sociedade de Brusque\", explica padre Diomar. 

Educação como instrumento de humanização do cidadão

O assessor jurídico do Centro Universitário de Brusque, Ronaldo Uller, que também representou as instituições de Ensino Superior durante a coletiva, refletiu sobre o papel da educação na formação humanística do cidadão. 

\"Quando falo em humanização, penso que a educação é um processo contínuo de transformar as pessoas. Ninguém nasce sabendo nada, mas esse processo educativo que começa lá na Educação Infantil, passa pela Educação Básica até o Ensino Superior, é uma trajetória que leva a pessoa a compreender o mundo onde ela vive, respeitar o meio-ambiente, as outras pessoas, saber que ela não está sozinha no planeta. Vivemos um processo educativo até o fim da vida\", observa o professor. \"Por isso, quando digo que a educação humaniza é porque, se a pessoa não tem o processo educativo, ela não conseguirá conviver em uma sociedade. E é um processo que começa dentro de casa\", pontua.

Esta é a terceira vez que a Educação torna-se o mote da Campanha da Fraternidade. Ponto que também foi destacado por Ronaldo durante sua explanação na coletiva de imprensa. \"Vejo como providencial a escolha do tema, sendo novamente a Educação, porque o Brasil ainda não é um país que investe significativamente em educação. É um país onde conseguimos universalizar o Ensino Básico, mas falta melhorar o Ensino Médio. O Ensino Superior ainda não atinge todas as pessoas e tem um percentual ainda baixo, se comparado com países da América Latina. A educação não pode ser entendida como gasto\", enfatiza Uller. 

A secretária de Educação de Brusque, professora Eliani Aparecida Busnardo Buemo, destaca que o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, voltando o olhar da Igreja para o setor da Educação, é de extrema relevância, sobretudo em um momento em que o setor discute a formação integral do sujeito, através da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). \"A formação integral do sujeito passa por essa formação moral. Devemos pensar a família como a primeira instância educadora, os valores e princípios devem ali ser instalados e alimentados e, depois, por meio da educação formal, eles avançam no sentido das inter-relações\", destaca.

Para Eliani, esta data é considerada marcante, tendo em vista que traz à tona um tema e lema que possivelmente serão abordados nas unidades escolares municipais. \"Pensar a educação, alinhada com a sabedoria de ensinar, escutar, discernir e propor - que são palavras-chaves embutidas na Campanha da Fraternidade, têm total ligação com o que fazemos no dia a dia por meio da educação formal em nossas escolas\", comentou.

Saiba mais

Essa é a terceira vez que a temática da Educação é abordada na Campanha da Fraternidade. O tema já foi objeto de reflexão e ação eclesial em 1982 e 1998. De acordo com a introdução do texto-base, foi “a realidade de nossos dias que fez com que o tema Educação recebesse destaque, um tempo marcado pela pandemia de Covid-19 e por diversos conflitos, distanciamentos e polarizações”.

Realizada no Brasil desde 1964, a Campanha da Fraternidade tem como propósito ser um caminho para que os cristãos vivam a espiritualidade quaresmal com o sentido de conversão e transformação pessoal rumo à solidariedade, a partir de um problema concreto da sociedade brasileira.